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Denise Francisco Góes

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Denise se tornou referência nacional na implementação de ações afirmativas nas universidades

Denise Góes, uma pensadora do Brasil

Quem é Denise Góes

Por Daniela Barbosa

Denise Francisco Góes, nasceu em 1964, no Hospital Maternidade Carmela Dutra,  foi criada no bairro de Irajá, na Zona Norte do Rio de Janeiro, em um condomínio popular. Seu pai (policial militar) e sua mãe (técnica de enfermagem), possibilitaram uma infância tranquila e uma criação com muito afeto e coletividade, no entanto, a questão racial e a organização política não era uma pauta comum na família. Mesmo assim, Denise Góes se tornou uma militante do Movimento Negro Unificado, graduada em Serviço Social, mestra em Políticas Públicas e Direitos Humanos pelo Núcleo de Estudo de Políticas Públicas em Direitos Humanos - UFRJ, servidora da UFRJ há 35 anos e hoje atua como coordenadora geral da SGAADA (Superintendência Geral de Ações Afirmativas de Diversidade e Acessibilidade). 

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Denise Francisco Góes

O Movimento Negro foi quem apresentou à Denise referenciais teóricas e ativismos políticos para pensar a politização enquanto mulher negra na sociedade brasileira. Espaço onde ela começou a ter fortes influências de grandes mulheres, como Lélia González e Vera Dudu, Denise afirma ainda, a autoria e o protagonismo do Movimento Negro Unificado (MNU) na construção e realização da Marcha Contra a Farsa da Abolição em 1988. Conta também sobre como o IPCN (Instituto de Pesquisas das Culturas Negras) no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, era um lugar de efervescência dos movimentos, o espaço onde as organizações negras de diferentes territórios do Rio de Janeiro se juntavam para unir forças e escutar grandes lideranças, como Abdias Nascimento.

​​​​Em sua trajetória profissional, Denise buscou apoiar-se em aparatos legislativos que projetassem a ampliação de direitos sociais a população negra, uma delas sendo a Lei Federal 12.711/2012 reconhecida como a Lei de Cotas, que prevê a reserva de vagas para população negra no ensino superior, utilizando mecanismos legislativos afim de reparação histórica, bem como, pleno exercício da cidadania prevista pela Constituição Federal de 1988, tal movimento ocorre e culmina-se devido a pressão dos movimentos negros e movimentos antirracistas. 

Em 2017 a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) instaurou as Comissões de Aferição das Cotas inicialmente para os concursos destinados a cargos efetivos na instituição. Alinhado às comissões estruturava-se a Câmara de políticas raciais em 2018 na UFRJ gerida pelos docentes e técnicos da universidade, consolidando as políticas raciais as ações afirmativas e aprimorando assim, as bancas de heteroidentificação e medidas de cotas em amplos espaços.

Em 2019, as Comissões haviam ganho notoriedade e legitimidade, acompanhada aos diversos Coletivos estudantis negros que nesse momento, movimentavam-se e denunciavam supostas fraudes  às ações afirmativas, ampliando-se nos acessos a graduação,  ampliando-se o programa de heteroidentificação no acesso à graduação sob presidência de Denise Góes.

 

 

 

 

 

 

 

As pesquisas de Denise Góes e o caráter educador previsto nas formações das Comissões de Heteroidentificação, visa a ampliação do letramento racial aos compositores das comissões, destacando a relevância e importância da política de ações afirmativas para a população negra e superando assim, apenas o conceito de "reparação histórica”, mas fornecendo bases sólidas para a igualdade no acesso ao principal meio de ascensão social a essa população, que hoje ocupa e exerce com maestria cargos de poder como o da presidência da SGAADA, ocupado por nossa entrevistada Denise Góes. 

Denise compartilha que esse movimento não foi solitário e elitista, se deu conjuntamente a técnicos, administradores, estudantes, em sua maioria negros e enquanto lideranças mulheres a partir de um movimento de baixo para cima, consolidado em uma perspectiva educadora disruptiva, diante da estrutura da UFRJ, uma das últimas universidades a implementar as ações afirmativas, promovendo assim, através dos cursos como o de capacitação para comissões, o grupo de trabalho, memória e documentação (GTMD) cujo objetivo é a pesquisa  e divulgação da memória e luta antirracista bem como, o letramento racial para docentes, técnicos e estudantes na maior universidade federal do Brasil. 

 

 

 

 

 

 

Atualmente, Denise ocupa o cargo de Superintendente da SGAADA (Superintendência Geral de Ações Afirmativas de Diversidade e Acessibilidade) ampliando o debate e acesso afirmativo na universidade pública e contribuindo para a expansão dos conhecimentos e formação histórica de povos excluídos de tal espaço, isso através da discriminação positiva e proposições movimentadas através de Denise Góes, uma grande pensadora do Brasil.

 

 

 

Quer conhecer mais sobre a trajetória e importância de Denise e as Comissões de heteroidentificação? Assista nossa entrevista!

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